CAPELAS IMPERFEITAS
De arcos alongados as tuas mãos
respiram languidas o claustro conventual
uma galeria ogival reveste de seda as coxas,
a glande entre os dentes amendoados
pronta ao disparo do coração
enquanto mais arcos se abrem nas tuas costas
arcarias de osso tenso
nervuras de arte medieval
envoltas numa saliva de sangue
murmuras orações em leve tom de cântico
gregoriano
e a glande desaparece numa maré
de neve aquecida
enquanto os arcos apontam suas setas ao céu
(6/01/10)
Poema editado originalmente em "Paisagens de papel", de forma velada
Paulo da Ponte
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