À minha volta existe gente,
que nem sonha que existo
no templo breve do poema
e levam a sua vida quotidiana
olhando-me com a curiosidade
pura das crianças,
tentando imaginar-me normal
nos gestos quotidianos repetidos
e em mim, quando por eles
passo a caminho da repartição,
é como se versos se libertassem
na curvatura do ar.
E a minha rua é cada vez mais
um sulco de asfalto onde derramo
as folhas impressas que irei deixar,
depois de mim.
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