abandono todos os dias a vida
para te devolver ao livro,
à morte límpida que te deita
boneca de pele alva
empoleirada nos tacões
da noite
uma fita no cabelo,
como naquele dia
cobrindo a flor do corpo
no saco de plástico em que
te embrulhavam pela última
vez
um celofane diáfano
revela a pele morna,
lívida, límpida,
serena
serena
é a tua noite na morgue,
num dia em que a festa
foi um pouco mais além
e alguém desenhou na tua pele
um tricot rubro de festa brava.
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