Venho aqui todas as noites. Nem sempre. A ver se estás ou estiveste há pouco. Tempo. Há. Venho, como se mais nenhum lugar houvesse para meu reconforto. Para sentir o eco das tuas ausências. Prolongadas. O toque suave das tuas palavras nos recantos imprecisos da solidão. Houve dias que esperei por ti e estavas, incompreensível e silenciosa. Estavas presente. Eu não te vi, nunca te vi ou andava demasiado distraído. Perdia-me no ar e tu voavas por entre os meus dedos. Um dia vou deixar de aqui vir. Nesse dia permanecerei ausente.
O que poderia ser (se já não é) uma bela carta de amor. Ridícula, como todas as cartas de amor.
ResponderEliminarGostei imenso deste texto.
Bem haja.
Uma carta de desencontros, que são uma forma de nos encontrarmos. Obrigado pela apreciação.
ResponderEliminar:)