sábado, 6 de fevereiro de 2010

P. Recomeços #2

O ar rasgou-se no horizonte,
traçando uma diagonal
na areia da praia
um pescador tece uma linha
quase invisível
na solidão da tarde
ao longe os barcos
deslizam preguiçosos

a vida naquele verão
misturava-se com
o cheiro forte das algas
o zumbido das cigarras
o pó dos caminhos
a brisa azul do entardecer

o ar rasgou-se
e as palavras
fluiram no ar

1 comentário:

  1. Que Bonito!
    Às vezes é preciso o ar rasgar-se para que se possa de novo ser aquilo que se é e se escondeu por detrás de uma máscara leve e dura como o ar.

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