Figura de proa da poesia dos anos 70, Ana Cristina César foi um nome tutelar deste período que recebera uma herança demasiado pesada: relativizar a importância dos concretos, restabelecer os valores propostos pelos modernistas e assegurar uma personalidade literária que representasse um período de transformações culturais e políticas. Esta poeta concentra em si o desejo de mudança e intensifica uma poética despojada de qualquer densidade erudita, voltando a dar importância ao discurso quotidiano e subjectivo. Nascida no Rio de Janeiro em 1952, nesta cidade ficou conhecida como uma das principais figuras a assumir uma tendência designada por alguns críticos como "poetas marginais", que se reuniram na célebre antologia de Heloísa Buarque de Holanda 26 Poetas Hoje. Contudo, Ana Cristina César distinguia-se de uma boa parte dos coetâneos. Estudou em Inglaterra, tendo-se também dedicado à tradução e a colaborações em diversas revistas e jornais literários. A sua obra foi bruscamente interrompida com o suicídio em 1983.
in Poesia Brasileira do Sec. XX, Ed. Antígona, 2002
in Poesia Brasileira do Sec. XX, Ed. Antígona, 2002
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