domingo, 14 de fevereiro de 2010

AA. Início de novo ciclo



Figura de proa da poesia dos anos 70, Ana Cristina César foi um nome tutelar deste período que recebera uma herança demasiado pesada: relativizar a importância dos concretos, restabelecer os valores propostos pelos modernistas e assegurar uma personalidade literária que representasse um período de transformações culturais e políticas. Esta poeta concentra em si o desejo de mudança e intensifica uma poética despojada de qualquer densidade erudita, voltando a dar importância ao discurso quotidiano e subjectivo. Nascida no Rio de Janeiro em 1952, nesta cidade ficou conhecida como uma das principais figuras a assumir uma tendência designada por alguns críticos como "poetas marginais", que se reuniram na célebre antologia de Heloísa Buarque de Holanda 26 Poetas Hoje. Contudo, Ana Cristina César distinguia-se de uma boa parte dos coetâneos. Estudou em Inglaterra, tendo-se também dedicado à tradução e a colaborações em diversas revistas e jornais literários. A sua obra foi bruscamente interrompida com o suicídio em 1983.

in Poesia Brasileira do Sec. XX, Ed. Antígona, 2002

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