quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Poesia insuflável - Nota introdutória

A palavra que, da boca do poeta, nasceu para um círculo de música, envolta toda ela em pudor, ingressa depois nas relações diárias e é submetida ao comércio de todos os homens.

In Na Senda da Poesia, Ruy Belo


Poesia insuflável não é só um tecto, é o abrigo completo das intempéries da vida quotidiana. É a tenda com todos os seus dispositivos: mastros, espias, estacas, tecto e sobre-tecto, só lhe falta um chão. A terra entra abundantemente na nossa vida, a lama e seus derivados. Contra isso temos a poesia insuflável.

Sopra-se por um lado, nada acontece, então insufla-se até perdermos o fôlego, até mesmo rasgar o ar.

Contra todas as crises de valores (de ontem, de hoje), poesia insuflável é um valor certo, basta um pouco de algodão e todas as cicatrizes do ar se transformam em nuvens, e depois em espuma doce.

Poesia insuflável é feita de máquinas sussurrantes, pequenos afectos, atendedores nocturnos e janelas sobre o leito.

A luz parece manter-se acesa, mas aqui é toda uma bolha de sensações prodigiosas, até que o leitor rebente essa bolha e consiga caminhar sobre o firmamento.

Paulo da Ponte, Setembro de 2011


Até ao fim do ano de 2011, será editado este pequeno livro de poemas, intitulado "poesia insuflável", cujo lançamento será feito em edição de autor, distribuído por correio (acrescendo os correspondentes portes ao preço de capa). Aceitam-se pedidos e encomendas, nas condições a divulgar oportunamente para o e-mail: pauljcorreia.arq@gmail.com.


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