quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

S. Aqui é um lugar indefinido

Venho aqui todas as noites. Nem sempre. A ver se estás ou estiveste há pouco. Tempo. Há. Venho, como se mais nenhum lugar houvesse para meu reconforto. Para sentir o eco das tuas ausências. Prolongadas. O toque suave das tuas palavras nos recantos imprecisos da solidão. Houve dias que esperei por ti e estavas, incompreensível e silenciosa. Estavas presente. Eu não te vi, nunca te vi ou andava demasiado distraído. Perdia-me no ar e tu voavas por entre os meus dedos. Um dia vou deixar de aqui vir. Nesse dia permanecerei ausente.

2 comentários:

  1. O que poderia ser (se já não é) uma bela carta de amor. Ridícula, como todas as cartas de amor.
    Gostei imenso deste texto.
    Bem haja.

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  2. Uma carta de desencontros, que são uma forma de nos encontrarmos. Obrigado pela apreciação.
    :)

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