quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

J. 2010 - dia trinta e quatro

uma rosa de vento cresce no jardim
lentamente como flor açucarada
no peito o coração queima como
sangue incendiado
em que direcção sopra a noite?
terei esquecido as flores envidraçadas?
terá o meu país esquecido a urgência
das pessoas em listas irrespiráveis?
o cadáver da liberdade vagueia
pelas ruas cobertas de musgo
o tejo e os barcos dormem
um sono electrico

nada me ocorre dizer que faça sentido
enquanto me dizes palavras de lábios rubros
que esqueço nos livros que vou escrevendo
nem folhas em que escrevo a ausência dos dias
para me perder em ti em desalentos

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