domingo, 28 de fevereiro de 2010

Poema de Marina Tsvétaïeva



Desses meus versos, escritos num tempo
em que eu nem sabia que era poeta,
brotando como a água das fontes,
como a labareda brota foguetes,

precipitando-se como se fossem diabretes
no santuário cheio de sonhos e de incenso,
desses meus versos de juventude, versos de morte
— desses meus versos que ninguém leu! —

perdidos na poeira das livrarias
(onde ninguém os pede, ninguém os pediu),
desses meus versos, como um vinho precioso, há-de chegar a vez.


Marina Tsvétaïeva

2 comentários:

  1. Gostei muito deste poema, é algo premonitório dos anseios do poeta e do seu auge vivencial literário

    Confesso que tenho de ler mais poemas de Marina Tsvétaïeva, desconhecia-a completamente...

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  2. E eu do "Auto da Tentação", aliás para mim o momento verdadeiramente poético daquela noite.
    Continua escrevendo, vou acompanhar sempre que possa.

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