sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

N. 3:16

Longa noite, rodopia redonda nos teus olhos
esse lapso de infinito, meu companheiro,
Tu e eu, inseparáveis atrás das cortinas
do quarto, teus olhos brilham nos meus.

Noite negra de luar, desenha a luz
na luz dos teus olhos tão tristes
como cabelos de crude te vejo eu
tão amiúde, no cerco das horas lentas.

Longas noites e dias lentíssimos
sonolência pastosa escrita na pele
amálgama de ferro retorcido na alma
no acidente da tarde calma.

Sou pintor de universos noctívagos
e a noite devolve-me a vertigem
dos teus olhos em tiros certeiros
no peito perfurado da chacina.

1 comentário:

  1. "Tu e eu, inseparáveis atrás das cortinas
    do quarto, teus olhos brilham nos meus."
    Estariam de mãos dadas? Ou de almas abraçadas?

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