terça-feira, 16 de março de 2010

O evangelho segundo...



Vivemos isolados como ilhas
num imenso arquipélago de águas
náuseas
entrou-me episódico um verme
dormente na respiração
o circo retorna à cidade,
desce-nos ao íntimo
do sangue
a mesma noite ensopa-nos
de suor até aos ossos,
magnífico cenário:
as luzes que iluminam em halos,
cavalos na força amordaçada
do oceano

rebentam-me as águas da memória
no silvo de um trompete:
jazz acre com duas pedras de gelo.

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