quinta-feira, 11 de março de 2010

Círculos de ar nos teus cabelos

abro-te a ferida com o bisturi da noite,
e vagueias comigo à luz da vela,
em salas de sono induzido
mais um xanax para levantares voo
do rectângulo da tarde

não esperes que o fio dos dias
seja condutor embriagado

abres-me o sol nas pálpebras
sonolentas
e brinco com sombras no teu peito
nos lençóis de papel, dos livros
que escrevo amarrotados

abre-se a janela e a brisa
desenha círculos de ar
nos teus cabelos.

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