sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Janela aberta sobre Andrei Tarkovsky

Pedra e água no ângulo
da palavra,
uma névoa sagrada,
a luz na esquina
nua dos cabelos,
como pequeno sussurro,
não vejo senão a cegueira
do tempo,
a longa espera,
florestas compassadas,
tu és aquele que não é,
quadro de mãos aquosas,
quase invisível,
de luz alva das manhãs silenciosas,
como as palavras opacas,
que dissemos lentamente,
os dois.

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