quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sala de espera

Atravessas a noite
de norte a sul,
não pares, nunca pares,
em cada passagem de nível

um guarda nocturno,
anota a velocidade,
na congestão das têmporas
no ritmo batuque de madeiras

Estações e apeadeiros,
transportando o quotidiano
sonolento das manhãs,
o rigor dos compassos

composição vazia,
quarteto para o fim
do tempo, messiaen,
um tempo de trabalhadores,

salpicando o cais,
sala de espera
da solidão operária.

Sem comentários:

Enviar um comentário