quinta-feira, 4 de novembro de 2010

RECOMEÇOS

O círculo aberto, cratera de peito,
como cicatriz volta a fechar-se,
os teus olhos nos meus,
transportam uma possibilidade,
talvez um inconsequente brilho de lua,
em agosto,
quem sabe?
quem saberá?
quando em setembro te vir,
pela primeira vez,
que é, como concebo, o começo,
e as águas se alongarem em versos,
sem fundo ou leito conhecido,
arrastando essa possibilidade
na erosão dos dias imperfeitos,
uma possibilidade arrastada
de tronco aberto no peito,
e mãos sobre as mãos
e dedos rumorejantes.

Paulo da Ponte, Novembro 2010

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