domingo, 17 de outubro de 2010

(...)

Dias a fio sem uma palavra, o silêncio imperioso dos corpos,
quando a pele se toca na pele, como um mapa de viagem
toca a manhã e se desprende uma aurora boreal,
o silêncio mortal das neves eternas, dos fiordes,
das savanas, as quilhas dos navios cruzando oceanos,
a tua pele de encontro à minha, ainda como estranhos,
somos estranhos íntimos de viagem, tacteando rotas
inseguras, somos o nascer do sol e o barco perdido,
a montanha de chumbo tecendo os dias frios nas fissuras
dos dedos, somos lençóis abandonados até que a noite regresse
para nos cobrir demoradamente de beijos.

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