quinta-feira, 3 de junho de 2010

UM FERIADO

Repare doutora, podemos também enveredar pelo caminho da indiferença. A doutora finge que não repara em mim, que lhe sou completamente indiferente, o que sabe não é de todo o que se passa e eu, por outro lado não lhe falo, até que o silêncio ensurdeça de vez.
Ensaiaremos este bailado mecânico, até que o ar se torne pesado, demasiado pesado para respirar, até à inevitável explosão, que nos subtrairá os dedos.
Sei que não é isto que pretende, mas estamos já dentro deste corredor de incomunicabilidade, num tubo sem regresso.
Nesta altura só me resta telefonar-lhe:
- Doutora, ainda está aí?

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