quando o coração manchado
a tinta de esmalte
pulou a um ritmo incerto
galgou o passeio
como qualquer peão.
quando deu entrada no hospício
não tirou os olhos do decote
da enfermeira
na enfermaria
escutava compulsivamente
free-jazz
e balbuciava palavras sem sentido:
kerouac, baudelaire, ezra...
mais tarde foi-lhe diagnosticado
um poemário no cérebro
um dia resolveu ser incendiário,
a partir dessa altura anda sempre
com uma árvore dentro do bolso.
gosto dessa doença de ter um poemário no cérebro ;)
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