terça-feira, 11 de maio de 2010

(...)

Quando escavas, perdes a noção do tempo
curvado sobre ti, sobre o teu silêncio
cada vez a escavação é mais profunda
e vão surgindo brilhos,
as unhas preenchidas de terra
e vermes enxutos
de uma secura planetária.
Com a ponta da navalha extrais a terra
incrustada nas unhas e julgas
inevitável a cicatriz do ar

redondo verso de cicuta
árido e alvo
na espessura da morte
quando o poço transborda
na queimadura da água

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