0:30 de sábado. Depois da corrida vertiginosa, o táxi deteve-se no Cais do Sodré. Descemos ao cais como lobos famintos de ritmo. O corpo possuído por todos os impulsos eléctricos da noite. As garras prestes a florir. As quatro raparigas ondulavam na sala de dança do “Tokyo Bar” como borboletas. O espaço, de paredes nuas, quase lúgubres, ficou algures suspenso dos anos oitenta do século passado. O fumo insufla-se na roupa, na pele, no suor que o ritmo segrega: Electricity, OMD; Girls on film, Duran Duran; I Ran (so far away), Flock of Seagulls; Start me up, Rolling Stones; Video killed the radio star, The Buggles; ecoavam na sala como se de uma única banda sonora se tratasse. Uma bola de espelhos rodopiava no tecto, caleidoscópica, os dançarinos de cervejas na mão, todo um universo de som e côr, como num sonho. O alcool ia desaguando na margem do rio em mais uma inevitável madrugadaFacebook | Paulo Correia
Blogged with the Flock Browser
Sem comentários:
Enviar um comentário