domingo, 11 de julho de 2010

festivais de verão

embrulha todos os teus haveres em papel pardo
uma camisola como destino, abandona os sapatos,
os próprios pés se conseguires
e faz-te à estrada, até que o pó te revele,

abandona os livros, a casa, a própria família
sai, sai por uma porta de som com árvores dentro
sai, embora a distorsão do mundo te incomode
sai, enquanto os pássaros ruidosos voam.

bebe todas as cores dos holofotes, um a um
até que os olhos adormeçam, num rio de sombra,
bebe até que não te sintas, bebe-te.
os festivais são indiferentes, regressam no ano que vem
enquanto tu permaneces envolto em pó.

2 comentários:

  1. Envolta em pó regressei do meu festival de verão, onde não pude beber porque o tatuador proibiu... :)
    gosto da nova imagem amarelo torrado, como se de páginas de um épico se tratasse.

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  2. Obrigado pelas tuas palavras Margarida.
    ;-)

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