O ar laminado daquela tarde,
comprimido no vácuo da bomba
montada no peito,
ladeada pelas botijas dos pulmões
de ferro rarefeitos.
Entrou-lhe um animal na respiração,
que se aninhou junto ao detonador
acariciando a cavilha com as patas,
uma carícia velada de dor.
O sol no zénite penetra a fresta
do sexo quando o animal espreita
as cidades eleitas e ataca sereno,
o sol é cálido e o sangue cálice.
Este mundo de flores campestres
que transporto na memória,
vive embriagado de noite,
nos caules apodrecidos do poema.
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