sentado na nudez da praia
queimo uma a uma as cartas
que te escrevi, como amor
de fogo, extingo a noite
o corpo exangue flutua
sobre a areia mole
alguns pássaros sonâmbulos
rodopiam sob a lua
como índios em rito de guerra
nos meus ombros
que se afundam nas areias
uma noite tão metálica
que a sua lâmina corta
o olhar
em dois hemisférios:
olhos de sal
desse amor florestal
restam destroços eucaliptais
na terra árida
queimada pelas tuas mãos
onde outrora cultivávamos
campos de suor
Beijo-te;
uma pétala solitária
extingue o fogo do peito:
até quando escreverei aranhas
nos teus olhos apagados?
oi, paulo!
ResponderEliminarque bom te ler aqui na web de novo.
é um recomeço mas já vem com todo a tua carga de densidade poética, sensibilidade e cuidado com a palavra.
obrigada por voltar.
beijão.
;-)
Obrigado pela renovada visita. Beijo :)
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