Depois de mim ficarão
as palavras,
suspensas no nevoeiro
...da voz, no centro
incerto do papel,
meu amigo, amiga,
amante ocasional,
acidentados versos,
permanecerão
na página amarelada
do jornal.
ficará talvez,
impressa a memória
de cidades, mapa
de ferros retorcidos,
ficará um nome,
depois da raiz,
da linguagem.
quinta-feira, 14 de abril de 2011
TUBO DE ENSAIO
Daqui, do alto desta sala,
as janelas são nítidas
como pássaros,
sentados na tarde,
empoleirados nos fios
das palavras,
marionetas de chumbo.
Foram-nos dadas duas mãos,
uma boca de areia,
somos pássaros feitos
para rasgar os ramos da noite,
nos braços ternos da negrura.
Foram-nos dadas catedrais
e deuses para uso diário,
e um pacote de sombras,
na noite, como abrigo.
Escavamos um túnel
no transepto da noite
talhando com mãos de mármore,
lívidas túnicas ogivais.
as janelas são nítidas
como pássaros,
sentados na tarde,
empoleirados nos fios
das palavras,
marionetas de chumbo.
Foram-nos dadas duas mãos,
uma boca de areia,
somos pássaros feitos
para rasgar os ramos da noite,
nos braços ternos da negrura.
Foram-nos dadas catedrais
e deuses para uso diário,
e um pacote de sombras,
na noite, como abrigo.
Escavamos um túnel
no transepto da noite
talhando com mãos de mármore,
lívidas túnicas ogivais.
Etiquetas:
da teoria da construção
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